“Um Conto de Natal”! Lembro-me da primeira vez que vi esta obra em versão filme. Foi uma verdadeira chamada de consciência a realidade. Era miúda, com apenas 14 anos, e as freiras todas modernas fizeram cinema nas nossas férias de Natal, e lá fomos todos para ver o filme. Claro, não podíamos comer pipocas, nem existiam, mas mesmo que existissem tínhamos todos ficado engasgados.
O filme relata o que muitas vezes pode acontecer na nossa vida. Conforme vamos crescendo e vamos vivendo levamos tanto, mas tanto, da vida, como problemas graves de saúde, problemas financeiros, acidentes que mudam a nossa vida de um momento para outro… e ai esquecemos-nos do essencial, do motor da vida, e daquilo que lhe dá sentido, e como consequência do sentido, a felicidade e o AMOR.
A cada problema vamos criando camadas de protecção que fecham o nosso coração e acabamos por nos esquecermos de AMAR. Parece impossível mas acontece, a muitos de nós. E um dia, acordas, como sempre mal disposto e vês que isto não pode continuar assim, e que tens que mudar! Que a vida era outra coisa e tu já foste muito feliz e com muito pouco. Porquê ficar sempre tão preocupado e aborrecido com tudo? Quem inventou a historia de que devemos controlar tudo? Quando tentas controlar tudo, não sentes, não experimentas, não vives! Controlas, mas não vives, e às vezes não deixas viver aos outros! Mas, de repente, chega o Natal, a época onde tudo transforma-se e até em muitas família abre-se uma trégua. E como vejo eu o Natal?
O Natal para as crianças é maravilhoso, é sinónimo de alegria e concretização de sonhos, mas para muitos adultos são dias de tristeza, porque perderam alguém próximo e muito querido, ou pelas discussões familiares, ou doenças, ou pelos problemas que existem e que continuam a existir mesmo sendo Natal. Mas o dia de Natal, essas curtas horas podem ser de esperança, temos de nos dar tréguas de nós para nós! Nesta trégua, nestes dias, quando os sentimentos estão mais fortes, pode ser que vislumbremos um pouco de esperança. Porque o Ser Humano sente falta de esperança, mas quando a consegues, apesar de tudo o que te está a acontecer, sentes que no fundo está tudo bem! Por isso, festejemos o nosso Natal da melhor forma, com ilusão e carinho aos outros e a nós, porque estamos VIVOS e esse é o melhor presente do Natal.
Nota: desculpem-me os não-cristãos, mas isto é igual para as outras religiões, e aplica-se por igual para todos mesmo sem serem religiosos.
Por fim, desejo que cada um de nós dê uma trégua aos problemas neste Natal, e sejamos todos capazes de a partir daí olhar para a vida com o coração e não com a cabeça, pois quando olhas com o coração a luz da esperança entra em nós e o cinza escuro da vida, fica mais claro!
Nota: Por favor leiam este livro como presente de Natal de vocês para vocês próprios e vão ver que ninguém, no seu interior, vai ficar indiferente!
Um óptimo e Bom Natal recheado da melhor prenda que podemos receber: o AMOR.
Deixo-vos com um pequeno resumo de uma história de Natal que todos devíamos ver ou ler:
A “Christmas Carol”, de Charles Dickens, é passada na Inglaterra Vitoriana. É uma história de um homem quebrado cuja riqueza se tornou na sua única paixão na vida. Quando jovem, Ebenezer Scrooge tinha amor e uma família na sua vida, mas depois de muitos contratempos, ele perdeu o desejo de fazer parte da sociedade, parte de uma família e, em essência, um ser humano carinhoso. Numa véspera de Natal solitária e fria, Scrooge vai para a cama e é “visitado” por quatro fantasmas: seu antigo parceiro de negócios (falecido), o Fantasma do Passado de Natal, o Fantasma do Presente de Natal e o Fantasma do Futuro de Natal. Depois de uma aventura reveladora, viajando através do tempo e das memórias, bem como uma visita assustadora e assustadoramente solitária ao seu futuro potencial, Scrooge vê o erro de seus modos miseráveis e acorda a manhã de Natal com um novo homem, cheio de vida, amor e emoção para compartilhar sua riqueza e companhia com as pessoas com quem ele compartilha a sua vida.
Perguntas essenciais para um Conto de Natal:
1. Como os relacionamentos interpessoais causam mudanças nas pessoas?
2. Os outros nos vêm com mais clareza do que nos vemos?
3. Todo o mundo é bom, mas acredito que existe um lobo bom de amor, clareza, sorriso e alegria dentro de nós e um lobo mau de egoísmo, raiva, ressentimento e pobreza espiritual. Qual dos dois ganha? Aquele a quem damos mais importância!
BOM NATAL PARA TODOS!
BEATRIZ RUBIO