Quem te irrita, Domina-te!

“Quem te irrita, domina-te…”

Já pensaste nisto ou não? Quando algo não acontece como queríamos ou alguém não responde como esperávamos, quando fomos incomodados pelo comportamento de uma pessoa ou pelo que ele nos disse, geralmente expressamos o que sentimos com expressões como “deixaste-me zangada”, “irritaste-me “,”sinto-me com raiva”.

Se pararmos para pensar e decidirmos ir mais fundo, a tradução de nossas expressões vão ser: “tu és o culpado por me sentir assim”, “tu és responsável por eu ser assim” ou “tu magoaste-me”, ou seja, “sou mau por causa de ti”.  

Nunca dês poder aos outros sobre ti.

Se alguém nos deixa menos bem, é porque lhe demos permissão para fazê-lo, porque, na realidade, quando alguém nos deixa chateados ou zangados, o que soa internamente dentro de nós é que “aquilo que tu pensas de mim, é mais importante do que aquilo que eu penso sobre mim”. Pensa nisso…

Nestes casos, a responsabilidade pela forma como nos sentimos, reflete-se através dos outros, ou seja, do exterior.

Acontece que, em vez de assumirmos o controlo das nossas emoções e sentimentos, de assumirmos essa responsabilidade, concedemos aos outros esse poder. Porque ninguém nos deixa com raiva sem o nosso consentimento, certo?

A verdade é que é muito complicado termos de suportar o peso da raiva ou do desconforto. E ainda é mais fácil culpar o parceiro ou aquele que tenta lidar connosco, do que nós mesmos. Mas desta forma nunca conseguiremos nos conectar com o nosso interior.

Às vezes, culpar os outros pela maneira como nos sentimos só acontece porque somos movidos pelo nosso ego. Quando colocamos o nosso ego de lado, começamos a assumir uma maior responsabilidade pelos nossos pensamentos e comportamentos e pelas nossas emoções, que ninguém nos pode prejudicar. Porque consideramos que o que somos está muito além dos bens materiais, das nossas ações ou das opiniões dos outros.

Por isso, para nos ajudar, devemos pensar que sempre que alguém nos insulta ou faz algo que não gostamos, é como se eles nos estivessem a oferecer uma prenda. Se não a aceitarmos, esta prenda permanecerá com a pessoa que nos quis dar, enquanto se a aceitarmos, vamos ter de ficar com ela. No fim, a decisão será nossa.

Assim, insultos, provocações ou até ações de outras pessoas são como aqueles presentes que escolhemos aceitar ou não. Portanto, não podemos culpar ninguém pela nossa decisão, só podemos assumir a responsabilidade pelas nossas atitudes e escolhas.

Não podemos mudar os outros, mas podemos mudar as nossas ações.

Temos de ter em conta que o choque das expectativas que formamos com a realidade também pode ser um problema para o nosso aborrecimento, por as coisas não aconteceram como imaginávamos.

Não podemos controlar determinadas circunstâncias ou até mesmo as pessoas, mas podemos controlar a nossa resposta. Portanto, não podemos mudar o que alguém diz sobre nós ou o que é feito para nos incomodar, mas podemos mudar a atitude com a qual encaramos a vida.

A responsabilidade é assustadora, mas é o que nos permite mandar nas nossas vidas. Reconhecer e controlar as nossas emoções e sentimentos, dá-nos a liberdade de nos conhecermos e de escolhermos as nossas ações mediante a nossa vida.